Os alimentos oferecidos nesse período são decisivos para a formação de hábitos futuros

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Bem estar

Porque crianças menores de 2 anos não devem comer açúcar?

Segundo o Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, nos 2 primeiros anos de vida, frutas e bebidas não devem ser adoçadas com nenhum tipo de açúcar: branco, mascavo, cristal, demerara, açúcar de coco, xarope de milho, mel, melado ou rapadura. Também não devem ser oferecidas preparações que tenham o ingrediente, como bolos, biscoitos, doces e geleias.

O consumo de açúcar está relacionado ao desenvolvimento de diversas doenças na vida adulta, mas muitas vezes é um hábito que começa na infância. De acordo com Inês Rugani, professora associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/UERJ), crianças ainda pequenas já estão apresentando doenças crônicas que eram típicas de adultos.

Além disso, alimentos ricos em açúcar, seja o de adição ou o que está presente nos ultraprocessados, apresentam uma composição nutricional desbalanceada e um maior teor energético, caracterizando um padrão alimentar de baixa qualidade nutricional que pode levar ao ganho de peso excessivo, ao surgimento de placa bacteriana e cárie nos dentes, além de outras doenças associadas. Por último, mas não menos importante: a presença dos sabores doces na infância contribui para a constituição do paladar que pede mais açúcar depois.

O Guia Alimentar lembra que, como a criança já tem preferência pelo sabor doce desde o nascimento, se ela for acostumada com preparações adoçadas poderá ter dificuldade em aceitar verduras, legumes e outros alimentos que despertam outros sabores e sensações no paladar, como o amargo, o azedo ou até mesmo o doce natural dos alimentos in natura.

Segundo Inês, o açúcar, a gordura e o sal são ingredientes comumente presentes nos ultraprocessados, sendo itens responsáveis por torná-los alimentos com sabor mais intenso. O resultado disso é uma reação do sistema neurológico, que aciona o mecanismo de recompensa ligado ao prazer. No caso das crianças, esse estímulo é ainda mais danoso, uma vez que todo seu sistema está em formação, afirma a nutricionista.

Saiba abaixo os alimentos que devem ser evitados

Contêm muito açúcar.

• Achocolatado.

• Cereais matinais açucarados.

• Farinhas de cereais instantâneas com açúcar (de arroz, milho e outros).

• Gelatina em pó com sabor. As versões comuns muitas vezes também têm adoçantes artificiais.

• Geleia de mocotó industrializada.

• Guloseimas, como balas, chicletes, pirulitos e chocolates.

• Iogurte com sabores e tipo petit suisse.

• Leite fermentado.

• Bebidas açucaradas e gaseificadas — refrigerantes, refrescos em pó, bebidas à base de frutas com ou sem soja (suco, néctar, refrescos), outras bebidas vegetais, xaropes com sabor (groselha, guaraná, uva etc.), bebidas com sabor de chocolate e sabor de frutas e bebidas “energéticas”. Os refrigerantes à base de cola e as bebidas à base de mate, chá preto ou guaraná “natural” possuem substâncias que dificultam o aproveitamento do ferro e do cálcio pelo organismo, além de conterem cafeína, uma substância estimulante que pode deixar a criança agitada.

Contêm muito açúcar, sal e/ou gordura

• Biscoitos e bolachas doces e salgados simples (como biscoito maria, maizena, cream cracker, água) ou com recheio e cobertura (como biscoitos recheados, wafer), bolinhos industrializados.

• Batatinhas de pacote.

• Empanado de frango tipo nugget.

• Macarrão instantâneo (massa e tempero).

• Pão de forma, bisnaguinha e pão de queijo pronto para assar.

• Salgadinhos de pacote.

• Salsicha.

• Sorvete industrializado.

Muitos destes alimentos citados acima geralmente têm uma identidade visual repleta de elementos que remetem ao bom crescimento e desenvolvimento na infância, o que pode induzir os pais e cuidadores a acharem que são alimentos saudáveis, mas não são.

 

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