Herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, pode ser combatido com vacina.
Herpes, ou cobreiro é uma doença causada pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que causa também a Catapora. Na primeira vez que a pessoa entra em contato com ele, desenvolve a catapora. A resposta imune do organismo controla a doença, mas o vírus permanece na medula espinhal em estado de latência. “Durante esse período de latência, esse vírus não se manifesta porque é controlado pela imunidade adquirida pela infecção”, afirma a professora Ana Marli Sartori, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP.
“Porém, se a pessoa tiver algum comprometimento imunológico como um câncer, infecção por HIV e o uso de imunossupressores, ou por conta da idade, esse vírus pode se reativar por diminuição da resposta imune a ele”, acrescenta. Então, a doença se manifesta na forma do herpes-zóster. Os pesquisadores nem sempre sabem ao certo por que o vírus é reativado, mas isso geralmente ocorre em momentos de estresse.
Essa é uma doença bolhosa, que acompanha o trajeto dos nervos, por isso costuma ser localizada. Segundo Ana, o mais frequente é que ela se manifeste na região torácica. Primeiro são formadas manchas avermelhadas, que se transformam em vesículas que se aglomeram e evoluem para crostas na pele. Além de muito dolorido e incômodo, esse quadro pode desencadear uma neurite pós-herpética, “um quadro doloroso mantido mesmo após a regressão das lesões”. “É uma doença que compromete bastante a qualidade de vida da pessoa por conta da dor que ela causa”, diz a professora.
O quadro clínico do herpes-zóster, ou seja, os sinais e sintomas da doença, é quase sempre típico. Na maior parte dos casos, antecedem às lesões cutâneas (na pele) os seguintes sintomas:
- Dores nevrálgicas (nos nervos);
- Parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão etc);
- Ardor e coceira locais;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Mal-estar.
A lesão elementar é uma vesícula sobre a vermelhidão da pele.
A erupção é unilateral, raramente ultrapassa a linha mediana e segue o trajeto de um nervo. Surge de modo gradual e leva de 2 a 4 dias para se estabelecer. Quando não ocorre infecção secundária, as vesículas se dissecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em duas a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são:
- A torácica (53% dos casos);
- Cervical (20%);
- Correspondente ao trajeto do nervo trigêmeo (15%);
- Lombossacra (11%).
PREVENÇÃO
As principais medidas de prevenção e controle contra a disseminação do vírus Varicela Herpes-Zóster são:
- Vacinação;
- Lavar as mãos após tocar nas lesões;
- Isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular;
- Pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta;
- Desinfecção: concorrente dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas;
- Imunoprofilaxia em surtos de ambiente hospitalar.
A vacina varicela está licenciada no Brasil na apresentação monovalente ou combinada com a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A vacina tetraviral só deverá ser administrada aos 15 meses de idade se a criança tiver recebido uma dose da vacina tríplice viral entre 12 e 14 meses. A vacina varicela monovalente é indicada para surto hospitalar a partir dos nove meses de idade.
A VACINAÇÃO PARA IDOSOS
A vacina contra herpes zoster é indicada para pessoas com mais de 50 anos, reduzindo o risco de ocorrência em cerca de 50%. Até meados de 2022, a única vacina disponível para prevenir o herpes-zóster no Brasil era a Zostavax® (Merck), de vírus vivos atenuados, administrada em dose única e licenciada a partir de 50 anos.
Em junho de 2022 chegou a Shingrix® (GSK), vacina inativada, administrada em duas doses, indicada para adultos com 50 anos ou mais, e pessoas com imunocomprometimento a partir de 18 anos. A eficácia da Shingrix® é superior a 90% na prevenção do herpes-zóster.
O esquema de doses para essa vacina é de duas doses com intervalo de 2-6 meses.
A vacina é indicada mesmo para quem que já teve a doença. Nesse caso, deve-se aguardar 6 meses entre o quadro agudo e a aplicação da vacina.
Para aqueles que já tem a vacina do herpes-zóster Zostavax®, deve-se respeitar um intervalo mínimo de 2 meses para tomar a Shingrix®.
Ouça no link abaixo a entrevista para o Jornal da USP da professora Ana Marli Sartori, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e infectologista do Centro de Vacinação do Hospital das Clínicas, respondendo questões sobre o herpes-zóster.
Fonte: https://www.revistanursing.com.br/ - https://jornal.usp.br
- imagem: https://br.freepik.com/
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