“O objetivo não é abastecer as
prateleiras dos mercados, mas lucrar com commodities. A não ser que afete os
lucros, a sua saúde não interessa às pessoas que produzem ultraprocessados.”
“Não se trata de produzir comida mais barata, mas de encontrar o preço
específico por meio do qual as empresas extraem o maior lucro do maior número
de consumidores no menor tempo possível”.
- Chris van Tulleken
Uma recente reportagem do
jornal The Telegraph, intitulada “Os truques que as empresas usam para nos
viciar em comida não saudável”, aborda truques da fabricação de alimentos
ultraprocessados que são associados a uma série de doenças crônicas não
transmissíveis
O texto começa com uma frase
marcante da Estratégia Nacional de Alimentação, documento recentemente emitido
por uma organização britânica: “Os sistemas alimentares que temos hoje são, ao
mesmo tempo, um milagre e um desastre”. Isso porque, enquanto observamos, não
apenas no Reino Unido, um aumento expressivo das opções de alimentos nas
prateleiras dos supermercados, também vemos um aumento da prevalência de
obesidade e de outras doenças crônicas não transmissíveis.
De olho no lucro
De acordo com o médico Chris
van Tulleken, entrevistado na reportagem, a grande questão do sistema de
produção de ultraprocessados é o lucro. “O objetivo não é abastecer as
prateleiras dos mercados, mas lucrar com commodities”, disse ele ao veículo. “A
não ser que afete os lucros, a sua saúde não interessa às pessoas que produzem
ultraprocessados.”
Neste sentido, há uma série de
táticas da indústria para maximizar os lucros, sem qualquer tipo de cuidados
com os valores nutricionais dos produtos ou seus impactos na saúde do
consumidor.
A matéria do Telegraph cita
como exemplo o aditivo Pulpiz, que entra na lista de ingredientes como “amido
modificado”. Feito à base de carboidrato refinado e água, o Pulpiz é usado para
substituir pelo menos 25% dos teores de pasta de tomate, sem comprometer o
sabor e a textura. É uma forma de enganar o consumidor, fazendo-o pensar que
existe, no produto, mais tomate do que realmente foi utilizado na produção.
Outra estratégia é o uso de
corantes e flavorizantes — como os nomes já sugerem, são formas de dar cor e
sabor aos alimentos. A reportagem lembra de soluções caseiras para isso, como
quando adicionamos cúrcuma ao arroz, para fazer com que os grãos fiquem amarelos
e com um sabor diferente, aumentando o interesse pelo alimento.
No caso da indústria, no
entanto, a técnica é empregada de outra forma. Segundo a matéria, os aditivos
aparecem para fazer com que o consumidor pense, por exemplo, que uma garrafa de
água com açúcar tenha suco, já que têm cor e sabor de alguma fruta.
Tulleken lembrou, ainda, que a razão pela qual a indústria usa aditivos não é relacionada à nutrição, mas à utilidade que estes itens têm para a própria indústria. “Não se trata de produzir comida mais barata, mas de encontrar o preço específico por meio do qual as empresas extraem o maior lucro do maior número de consumidores no menor tempo possível”, disse.
Saiba mais
Livro - Recentemente lançado no Brasil, o Best-seller “Gente ultraprocessada: por que comemos coisas que não são comida, e por que não conseguimos parar de comê-las” de Chris van Tulleken, descreve a história dos alimentos ultraprocessados, a lógica de sua produção e os efeitos nocivos desses produtos em nossa saúde.
Vídeo – Veja no link abaixo a palestra de Chris van Tulleken no TED em que ele explica porque somos viciados em alimentos ultraprocessados.
(com legendas em português)
https://www.youtube.com/watch?v=6DAbx5vkslo
Fonte:
https://www.fsp.usp.br/nupens - imagerm:
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