Manual traz orientações sobre os benefícios da natureza no desenvolvimento de crianças e adolescentes
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O jornalista Richard Louv, autor do livro A Última Criança na Natureza, cunhou o termo Transtorno do Déficit de Natureza para descrever esse fenômeno atual da infância e adolescência. Não se trata de um termo médico, mas é uma forma eficaz de chamar a atenção para uma questão emergente cujos sintomas, inclusive de transtornos mentais e comportamentais, podem ser observados por muitos pediatras em suas clínicas.
Paralelamente, muitas pesquisas surgiram nos últimos anos mostrando que o convívio com a natureza na infância e na adolescência melhora o controle de doenças crônicas como diabetes, asma, obesidade, entre outras, diminui o risco de dependência ao álcool e a outras drogas, favorece o desenvolvimento neuropsicomotor e reduz sono, por exemplo.
Nos últimos 50 anos, mudanças sociais e econômicas em nosso país vêm restringindo o acesso das pessoas - adultos, jovens e crianças - aos espaços urbanos. A rua, outrora lugar de socialização e lazer, tornou-se via de circulação de veículos e lugar de perigo, sobretudo para as crianças e adolescentes.
Além do cerceamento da liberdade das crianças e adolescentes que crescem em áreas menos favorecidas e mais vulneráveis, assistimos cada vez mais ao forte impacto da intoxicação digital. Crianças e adolescentes, assim como seus responsáveis passam boa parte do tempo imersos no mundo digital, em exposição crescente a publicidade e conteúdos tóxicos, violentos ou inadequados, o que produz efeitos impressionantes na convivência e na saúde física e mental, além da perda de contato com o mundo real e com as relações presenciais, gerando maior propensão ao sedentarismo, à obesidade e suas conseqüências.
Em 2019 a Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP) lançou o Manual de Orientação “Benefícios da Natureza no
Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes” com o objetivo fornecer orientações
para pediatras, educadores e famílias sobre a importância do convívio junto ao
meio ambiente para a saúde e bem-estar da população pediátrica.
Já é amplamente sabido que o
convívio com a natureza, desde a infância, melhora o controle de doenças
crônicas – como diabetes, asma e obesidade –, diminui o risco de dependência ao
álcool e a outras drogas, favorece o desenvolvimento neuropsicomotor e reduz os
problemas de comportamento. Além disso, proporciona bem-estar mental, equilibra
os níveis de vitamina D e diminui significativamente o número de visitas ao
médico.
Desta forma a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recomenda no manual que as crianças e adolescentes devem ter acesso diário, no mínimo por uma hora, a oportunidades de brincar, aprender e conviver com a - e na - natureza para que possam se desenvolver com plena saúde física, mental, emocional e social.
Além disso, a SBP alerta para que responsáveis, cuidadores, educadores e pediatras estejam atentos sobre as especificidades da relação com a natureza em cada faixa etária: crianças entre 0-7 anos, 7-12 anos e adolescentes. No caso das crianças pequenas, o foco deve ser no livre brincar, no movimento de ir além, nas experiências sensoriais e no papel do adulto como um companheiro de exploração e descobertas, o que ao mesmo tempo fortalece o binômio pais-filhos. Já as crianças maiores estão em busca de aumentar seu raio de exploração, de curiosidade, de autonomia, de lidar com o risco percebido e de alcançar a competência ao lado de seus amigos. O adolescente é uma pessoa em busca de desafios, aventuras e convivência social entre pares.
Para saber mais sobre as orientações da SBP, faça o download do Manual de Orientação “Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes”, no link abaixo:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/manual_orientacao_sbp_cen1.pdf
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