Pesquisa do Idec e da USP alerta para alimentos que são rotulados como "zero gordura trans", mas que contêm o ingrediente
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Gordura trans é um tipo de gordura encontrada em alimentos industrializados, como as margarinas, cremes vegetais, biscoitos, sorvetes, salgadinhos prontos, produtos de panificação, alimentos fritos e lanches salgados que utilizam as gorduras vegetais hidrogenadas na sua preparação.
Usadas para melhorar a consistência dos alimentos e para aumentar o prazo de validade de alguns produtos industriais, as gorduras trans podem causar o aumento do colesterol total e do colesterol ruim (LDL) e aumentar o risco de doenças do coração.
“Já existem evidências científicas suficientes mostrando que o consumo de gordura trans está diretamente associado ao risco aumentado de doenças cardiovasculares. Não existe limite seguro de consumo desse tipo de gordura, portanto ela deve ser evitada”, explica Laís Amaral, nutricionista do Idec.
0% de gordura trans??
Uma pesquisa feita pelo Idec, ONG de Defesa do Consumidor, em parceria com o Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo), identificou que de 11 mil produtos analisados, 18,7% contêm ou podem conter gordura trans na sua composição, segundo informações da lista de ingredientes. Contudo, apenas 7,4% dos produtos identificam a presença do ingrediente em seus rótulos.
Essa discrepância ocorre porque as atuais normas brasileiras permitem mensagens como “zero gordura trans” em embalagens de produtos com teores do ingrediente igual ou inferior a 0,1 grama por porção, o que permite que a indústria possa manipular o tamanho da porção para que o valor de gordura trans seja declarado como zero. Além dessa mensagem, a tabela nutricional do alimento pode trazer a informação “0 g de gordura trans” se a presença desse ingrediente for igual ou inferior a 0,2 gramas por porção.
Pelos resultados da pesquisa, ao separar os alimentos analisados em categorias, foi identificado que 11% de salgadinhos, 9% de produtos de panificação e 8,4% dos biscoitos que apresentam a alegação de marketing “zero gordura trans” em seus rótulos, na verdade, contêm gordura trans em sua lista de ingredientes.
Já quando analisada a tabela nutricional, foi identificado que 2,7% de biscoitos, 0,9% de salgadinhos e 0,6% de produtos de panificação apresentam zero gordura trans na tabela, mas também contêm o ingrediente em sua formulação. Por isso, o estudo alerta que os produtos com essas alegações sempre devem ser avaliados com cautela pelos consumidores.
“Mensagens positivas sobre nutrição são utilizadas como estratégias de marketing pela indústria de alimentos e têm um foco seletivo, ignorando a presença de outros nutrientes não saudáveis e encorajando a consumo de produtos com baixa qualidade nutricional”, diz um trecho do estudo.
A proibição da gordura trans no Brasil
e no mundo
Em 2007, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) recomendou a eliminação da gordura trans produzida industrialmente e planejou estabelecer um prazo para o banimento total da gordura trans nas Américas.
Em dezembro de 2019, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou mudanças sobre o uso de gorduras trans industriais no Brasil. A decisão foi a de restringir a quantidade de gordura entre julho de 2021 e janeiro de 2023. Contudo, em julho de 2021, a agência publicou uma nova norma que mudou a regra para que óleos refinados fabricados até 30 de junho de 2021 possam ser comercializados até o fim de seus prazos de validade. Já os alimentos destinados ao consumidor final e aos serviços de alimentação que contiverem gordura trans e tiverem sido fabricados até 30 de junho de 2021 poderão ser comercializados até o fim de 2022.
Somente a partir desta data final, ficam proibidas a produção, a importação, o uso e a oferta de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados para uso em alimentos e alimentos formulados com estes ingredientes. A proibição do uso desde a produção protege o consumidor e todo o sistema alimentar.
Para se ter uma idéia de como evitar as gorduras hidrogenadas protege nossa saúde, em 2004 a Dinamarca restringiu o uso de gorduras trans e no período entre 2003 e 2012 as mortes causadas por doenças cardíacas caíram de 359,9 para 210,9 por 100 mil habitantes. Em nova Iorque, uma estimativa de 2013 apontou que 1.540 mortes por doenças do coração foram evitadas ao ano após o banimento da gordura trans em restaurantes desde 2006.
Mas enquanto não acontecem as mudanças sobre o uso de gorduras trans industriais no Brasil, cada um pode fazer a sua parte evitando as gorduras hidrogenadas na sua alimentação.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/ - https://www.asbran.org.br/ - https://idec.org.br/
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