Crianças e adolescentes estão passando tempo demais em telas de celulares, tablets e televisores? Quais consequências estão associadas a esse comportamento? Como promover o uso da tecnologia de modo a aproveitar todo seu potencial, ao mesmo tempo em que cuidamos do desenvolvimento neurológico, da saúde mental e da construção de relações sociais significativas nas novas gerações?
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Os nativos digitais, também conhecidos como geração digital, são indivíduos que cresceram em um mundo repleto de tecnologia, onde a internet, dispositivos móveis e mídias sociais são parte integrante de seu cotidiano desde a infância. Essa geração traz consigo habilidades e características únicas, além de desafios e oportunidades.
A psicóloga Tanize Viçosa entende que não é viável proibir o uso das novas tecnologias, mas é importante pensar em formas de tornar esses espaços seguros para todos.
Ela defende que o espaço virtual causa impactos tão reais quanto o mundo analógico. “A internet oferece características únicas, como a atemporalidade e o acesso rápido e fácil, que podem contribuir para uma exposição constante e intensa”.
A educadora Andrea Versuti, professora da Universidade de Brasília, destaca a importância de encontrar estratégias para integrar as tecnologias digitais de forma equilibrada em sala de aula. “É fundamental que os jovens sejam capacitados a desenvolver habilidades críticas para lidar com a vasta quantidade de informações disponíveis na era digital”. Isso inclui a conscientização sobre os riscos da exposição excessiva e a promoção de um uso saudável das redes sociais.
A facilidade é mito
Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Lavras (UFLA), em uma escola de Belo Horizonte (MG), revelou que a habilidade para usar as tecnologias da comunicação não é inata aos indivíduos das gerações mais recentes, conhecidas como “nativos digitais”.
Ao contrário do que se imagina, o desenvolvimento de competências em relação ao uso das tecnologias digitais e do letramento digital não é natural ou pertencente a toda uma geração.
O estudo destacou que a sociedade da informação ainda precisa ser alfabetizada e que o desenvolvimento de conhecimentos básicos sobre Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) requer mediação por parte de professores e outras gerações. A pesquisa ressalta a importância da escola no processo de letramento digital dos estudantes, preparando-os para a sociedade da informação e do conhecimento.
Saúde Mental
Segundo a psicóloga Tanize Viçosa, a internet acaba sendo uma extensão da vida real. “Inclusive, alguns estudiosos gostam de usar a palavra ‘espaço analógico’ para se referir ao que conhecemos como ‘vida real’. Porque o virtual também é real.”
Ela ressalta que amizades online, crushs online, experiências virtuais, todas elas impactam a história de vida dessas crianças e contribuem para a formação de caráter e personalidade.
A exposição constante às mídias sociais têm um impacto significativo na saúde mental e emocional dos jovens da geração digital. A psicóloga enfatiza que o espaço virtual causa tantos impactos quanto o mundo analógico. A internet tem características próprias como atemporalidade e a possibilidade de acesso rápido e fácil em praticamente qualquer
ambiente.”
A psicóloga destaca que os nativos digitais vivenciam traumas, formas de comunicação e de expressão de sentimentos, socialização, tipos de reações e normalização de comportamentos, refletindo a interação da humanidade com o ambiente digital e vice-versa. Bullying e cyberbullying, por exemplo, são práticas presentes tanto no mundo físico quanto no virtual, resultando em isolamento, zoação, desrespeito e preconceito.
Problema educacional
Andrea Versuti acrescenta que essa geração apresenta características marcantes, como o imediatismo. “Estão acostumados a ter tudo ao seu alcance instantaneamente, o que pode ser um desafio para os educadores, que precisam ensiná-los a lidar com o tempo, a espera e a construção de conhecimento”.
Essa impaciência pode representar um desafio para educadores e pais, que precisam encontrar estratégias para ensiná-los a valorizar o tempo necessário para a aprendizagem.
Além disso, é importante reconhecer que a tecnologia não substitui o papel dos educadores. Embora possuam habilidades tecnológicas avançadas, eles ainda necessitam de orientação e mediação para utilizarem a tecnologia de forma responsável. Os professores desempenham um papel fundamental na promoção do uso saudável e proveitoso das ferramentas digitais, orientando os alunos sobre a importância da privacidade, da segurança online e do respeito nas interações virtuais.
Essas habilidades e características únicas trazem benefícios para a educação, desde que sejam devidamente integradas. “As tecnologias digitais têm um papel fundamental na educação da geração digital”, destaca Andrea Versuti. “Elas proporcionam uma linguagem significativa e articulada para dialogar com as novas gerações, promovendo engajamento e participação ativa no processo educacional.”
Diante desses desafios, a educação precisa se adaptar e buscar estratégias eficazes para integrar as tecnologias digitais de forma equilibrada, capacitando os alunos a desenvolverem habilidades críticas e a lidar com a vasta quantidade de informações disponíveis na era digital.”
Consequências da exposição excessiva
A exposição excessiva às mídias sociais e ao mundo digital tem consequências significativas para a saúde mental e emocional dos jovens da geração digital.
Para Tanize Viçosa, uma das consequências dessa exposição excessiva é o aumento dos níveis de ansiedade e estresse. A comparação constante com a vida idealizada e filtrada que é exibida nas redes sociais pode levar os jovens a se sentirem inadequados ou insatisfeitos com suas próprias vidas. Além disso, a pressão para obter curtidas, seguidores e aprovação virtual pode levar a um constante estado de busca por validação externa, afetando negativamente a autoestima e a confiança.
Outra consequência preocupante, de acordo com as especialistas ouvidas para essa reportagem é o aumento dos casos de cyberbullying e exposição a conteúdos prejudiciais. Com o acesso fácil e rápido à internet, os jovens estão expostos a diferentes formas de agressão virtual, como mensagens ofensivas, ameaças e difamação. Isso pode resultar em danos psicológicos e emocionais, levando ao isolamento, baixa autoestima e até mesmo ideação suicida.
Além disso, a exposição constante às mídias sociais pode interferir na qualidade do sono dos jovens. A luz azul emitida pelos dispositivos eletrônicos, juntamente com o conteúdo estimulante e envolvente, pode dificultar o relaxamento e a transição para um sono adequado. Isso pode levar a problemas de sono, como insônia e dificuldade em manter um padrão de sono saudável, afetando diretamente o bem-estar físico e mental.
A especialista Andrea Versuti acredita que os pais e cuidadores também desempenham um papel crucial na prevenção dos impactos negativos da exposição excessiva. “É importante estabelecer limites saudáveis para o uso da tecnologia, promover atividades físicas e sociais, incentivar a expressão criativa e manter um diálogo aberto sobre os desafios e riscos do mundo digital”.
Fonte: https://agenciadenoticias.uniceub.br/
- por Natália Santos - https://www.gov.br/ - imagem: Imagem de domínio público
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